sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Vanguarda: Pense "fora da caixa".



Seja o espanto ou o olhar mais despojado a uma nova construção visual, o vanguardismo é um movimento que provoca reações bem adversas e vem para desconstruir a idéia de que somos todos pré-moldados em uma única realidade. Inspirado no pensamento futurista com ares robóticos, a moda vem acompanhando a evolução tecnológica e trouxe para as passarelas e para os consumidores mais exigentes (que não se contentam com mesmices!) um desenho modernizado, high-tech e de desconstrução daquilo que costumeiramente vemos.

A Vanguarda usa e abusa de inovações, reconstrói aquilo que imaginamos ter como pensamento moldado e o estilista se torna por si só um artista com traços e pensamentos livres, pois ele não tem necessidade alguma sentir-se a vontade perante a sociedade. Ele vem para chocar e mostrar o que pode ser possível e realmente usável daqui a alguns anos e principalmente, mostrar atitude e nos ensinar a pensar “fora da caixinha” ao qual estamos habituados.

O grande barato do vanguardismo é justamente esse, deixar a imaginação fluir sem grandes pressões psicológicas, onde o estilista simplesmente consegue fazer arte mesmo que em um primeiro momento choque a quem o experimenta. É uma experiência como ir a uma galeria de arte e se impactar com as obras expostas ou como ouvir um novo tipo de som. Criar ou vestir algo vanguardista é assim mesmo, é apostar em algo improvável a ser utilizado por pessoas que se preocupam com a opinião alheia, e é apostar em FAZER a diferença e SER a diferença.

Esse movimento já tem sido visto em passarelas, mesmo que ainda meio timidamente, e traz não somente o corte mas também texturas diferenciadas - como roupas confeccionadas com materiais inusitados como papéis, ou em tecidos que não prejudiquem o meio ambiente  e estampas com novos formatos e outras inovações.

O que podia antigamente ser chamado de extravagância, nos dias atuais é denominado de vanguardismo, sendo admirado por desprendidos de padrões sociais e trazendo novos ares aos que estão muito a frente ao seu tempo e que observam que a maneira de se vestir esta verdadeiramente ligada a atitudes, transformações e principalmente a liberdade de ser o que quiser.

Como exemplos temos inúmeros. O próprio Dior foi grande exemplo de ousadia assim como Balenciaga, mas vale lembrar que a própria moda tem influência de artistas plásticos. Alguns nomes como Piet Mondrian - que foi inspiração para Lola Prusac, da Casa Hermes em uma linha de bolsas e malas com cortes vermelhos, amarelos e azuis - Andy warhol - que com seu mix de cores inspirou e ainda inspira estilistas no mundo todo - e o próprio Salvador Dali.

A moda e a arte possuem uma relação muito tênua. Salvador Dali grande pintor surrealista, chegou inclusive a fazer parceria com Elza Schiaparellie essa parceria nasceu o chapéu sapato, sendo uma grande inovação para a época. Elza tinha como influência em suas criações os movimentos artísticos do cubismo e do surrealismo.

Hoje, nosso exemplo brasileiro de vanguarda atende pelo nome de Jum Nakao. Através da observação do comportamento humano principalmente em ambientes ligados a cultura underground, criou moda através da transformação e liberdade que vivenciava. Talvez um dos trabalhos mais impactantes tenha sido sua coleção de roupas criadas com papel.


Engana-se quem pensa que não existe público para esse segmento. Embora ainda não seja muito difundido, anônimos e famosos já se tornaram adeptos a esse tipo de vestimenta. Quem não se chocou ao ver Lady Gaga com um vestido produzido com pedaços de carne? Se a intenção era chocar..ela conseguiu.

O vanguardismo é a cereja do bolo para os livres de alma e pensamento, que atualmente passa por olhares de desaprovação do senso comum. Poucos conseguem distinguir o espanto do olhar clínico e conseguem de fato compreender a mensagem que o artista/estilista quis de fato repassar.

O QUE IMPORTA É SAIR DA SUPERFICILIDADE


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